sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Drama particular.

Minhas mãos frias encostam na maçaneta da porta e com um leve impulso do meu corpo ela se abre, me mostrando as gotas de orvalho escorrendo nos vidros da janela, e os ventiladores ligados em vão. Eu procuro pela sala algum acento e tudo o que meus olhos encontram são os teus atentos a cada movimento meu, brilhantes como se o sol surgisse deles, mesmo em um dia nublado.
O jeito como você desvia o olhar, me entriga ainda mais e lentamente meus olhos novamente procuram os seus, sem sucesso algum.
Eu tento me organizar, me transportar para um plano seguro em que esses sentimentos embaralhados não me façam sentir tamanha dor, porém todos os caminhos, desde aqueles meses em que estivemos juntos, me levam a você, como se meus sentidos já não me deixassem parar de rebobinar todas aquelas promessas fascinantes.
Uma música que vinha não sei de qual direção, fez com que eu corresse as minhas mãos pela agenda e parasse em um coração de papel, que por mais inútil que seja aos olhos de alguns, atingiu a minha alma.
Existem milhões de razões para que matenha-mo-nos afastados. Mas quando os sonhos são maiores que qualquer razão, quando são maiores do que qualquer ditadura e quando o sentimento nos leva a cometer atos muitas vezes inexplicáveis, pode-se concluir que vale a pena todo o sofrimento e toda a luta para ter novamente o bem precioso que um dia foi perdido.
Eu sinto falta do teu olhar e a agonia toma conta de mim quando você não se faz presente. É como se depois de tanto tempo buscando, eu encontrasse o meu pedaço do céu, ou o meu lugar no paraíso.
Quando você me abraçou em teus braços, eu atribuí a você o dever de me manter segura sempre. Minha boca pediu que você não partisse nunca, clamou para que jamais me abandonasse e você com apenas com os olhos e toques irresistíveis com seus lábios que aparentavam ser puro algodão, fez com que tudo que parecia perdido e impossível, se fizesse mágico, porém real e alcançável.
Você se tornou meu presente e apagou parte do meu passado, eu jamais deixaria um ser tão especial e capaz escapar assim tão facilmente. Mesmo que parte dos meus sentidos, que por mais ou até menos profundos que sejam, talvez não lhe importem, eu não vou deixar de lutar e alcançar o meu objetivo. Correr o tão temido risco das páginas escritas anteriormente, hoje já rasgadas, não está em meus planos!

domingo, 10 de janeiro de 2010

A volta dos colápsos de saudade.

Neste momento, os meus sentimentos são surrados pelas tão dolorosas lágrimas que demasiadamente insistem em escorrer dos meus olhos.
Eu estou caminhando agora pelos lugares mais escuros, estou sentindo como se não houvesse mais saídas. Tento usar a luz dos teus olhos que armazenei em minha mente para trilhar outro destino, mas sem a sua presença é pertubadoramente impossível qualquer tentativa.
Todas essas mudanças repentinas dos últimos dias continuam partindo o meu coração, todos aqueles momentos que eu suplico para ter de volta, inundam a minha mente e me fazem sentir uma saudade imensa, e esta é mais cruel do que qualquer voz que possa me contrariar.
Eu não consigo suportar mais um dia sem você, não consigo mais viver de esperanças, eu realmente preciso do seu amor contagiante para me manter em pé.
Muitos fizeram parte da minha vida no momento em que os meus sonhos morreram e também estavam por perto quando eu desisti da realidade. Também, muitos foram peças principais da minha história, sem nem mesmo saberem - inclusive você.
Em vários momentos eu me coloquei em seu lugar para te compreender, mudei os meus planos para te acompanhar, tudo isso talvez por você ter mestrado em conhecer coisas que eu jamais imaginei que soubesse sobre mim, foram tantas situações que você sempre entendeu, e é isso o que me fascina.
Há tantas coisas para serem suportadas nesse descaminho. Eu tenho esperado tanto tempo para te segurar, para estar de volta aos teus braços onde eu pertenço.. mas apenas me resta pedir perdão por nem sempre achar as palavras certas para me expressar, é que diante desses sentimentos, dentro do seu amor, tudo o que eu sempre tive conhecimento simplesmente desaparece.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Quando amar torna-se um desafio.

O vento que tocava a minha janela, soava como um convite para que eu me levantasse para o novo dia que nascia, porém, algo dizia-me que eu permaneceria ali - naquela cama - mais uma vez, enfraquecida por tal solidão.
E então, esse foi o dia em que a Tristeza - minha acompanhante acídua nos últimos seis meses - escolheu que eu ficaria em meu quarto o dia todo e refletiria sobre até onde chegaria a minha esperança.
Talvez eu tenha refletido sobre algo que deveria ter aplicado em meus sentidos há muito tempo atrás e algo também, que espantou a tristeza que existia em mim durante um tempo.
Percebi que algo que consome as minhas energias sem que me traga benefícios deve ser eliminado total e friamente. Mas exterminar algo que foi a minha fonte vital durante todo esse tempo não é fácil, e se essa vontade de me livrar desse sentimento - que transforma-se em dor durante a sua ausência - não possuísse os meus pensamentos dia e noite, eu diria que acabar com toda essa calamidade pessoal seria real e cruelmente impossível.
Essas horas pensando comigo mesma, foram de extrema importância para a minha alma, eu percebi que a motivação pra deixar tudo o que trouxe mágoa tempos atrás, só é encontrada quando tem-se equilíbrio e controle sobre os mais variados desafios que a vida nos impõe, e agora eu sei - embora não me conforme com isso - que você foi em mim um desafio, mas um desafio pro qual eu não encontrei uma solução.

"Não é felicidade, amor ou carinho e sim viver&aceitar que para cada dia ou pensamento que ferir o seu coração, vai existir a recompensa por tudo o que você passou, para cada sonho que perdeu e então, encontrará um novo sonho inteiro a seu dispor." (Hateen - Uma vida sem saudade)

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Não existe adeus.

O que mais fere é o conhecimento pleno da alma de que no ano que se inicia, os dias serão os mesmos a cada amanhecer e anoitecer. Os nasceres do sol passarão lentamente e estarão carregados da angústia causada pela espera de ver um gentil guia voltar para os meus braços e os pores serão enegrecidos pelo fechar dos olhos trazidos pela desesperança.
Ao longo das semanas, surgirão várias opiniões sobre um destino traiçoeiro, injusto e trágico, para que juntem-se às antigas e formem as minhas idéias dementes sobre o que está predestinado a acontecer.
Os meses serão marcados por preparações para uma despedida que não pode existir enquanto esse sentimento brotar em meu corpo, por denúncias de que o meu coração não está apto a esquecer e livrar-se de todo o sofrimento, porque é este, que a cada madrugada me faz sentir que Ele foi real.
E o ano, finalmente, terá a mesma conclusão de todos os últimos anos: Nada vai trazer de volta tudo o que nós vivemos, por mais que esse seja o desejo mútuo. Mas a certeza será sempre a de que nunca existirá um adeus definitivo, porque essa história jamais se apagará dos nossos corações e memórias.
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